quarta-feira, 29 de janeiro de 2014

Exercício de Leitura: Luiz Felipe

Um dos ritmos mais ouvidos hoje em dia no Brasil é o funk. Analisando-se, embora superficialmente, as letras desse estilo, observa-se um certo descuido no que diz respeito ao uso da língua, pois encontramos frases mal elaboradas, vazias, pornográficas, cheias de erros gramaticais, sem preocupação estilística no sentido de trabalhar a linguagem. Entretanto, as pessoas que apreciam tal estilo musical são levadas apenas pelo ritmo, sem se importarem com o conteúdo e emoção. Desse modo, pode-se dizer que, quando se ouve o funk não cria um estado dionisíaco, onde o indivíduo pode se sentir bem com o uno primordial; a música é fraca, a batida; nunca inova e as letras são esvaziadas semanticamente.

Assim, musicalmente, o funk não quer dizer nada, não serve nem para  mostrar a realidade do povo porque não fala dele mesmo, o sucesso desse estilo vem da exploração sexual que se tira daí.

Quando analisamos cantores como Renato Russo, percebemos que o sucesso de sua música vem da poesia das suas letras, não do som. Renato Russo, portanto, é muito mais um poeta que um músico. Em músicas tais como “Faroeste Caboclo” e “Que país é esse” percebemos letras boas, com crítica social bem feita, mas não cria o efeito que a música deveria criar, as pessoas não escutam Renato Russo para alcançar um estado dionisíaco.

O interessante é que quando comparamos os tipos musicais com a música feita por compositores eruditos, tal como Chico Buarque, percebemos uma grande diferença, podemos ver tanto a música quanto a letra sendo de níveis bons, sendo possível em algumas músicas adentrar esse estado dionisíaco.

Em minha opinião, a banda que mais chegou perto de um estado dionisíaco foi a banda “The Doors” com o seu excelente cantor Jim Morrison, que foi um grande estudioso de Nietzsche, era possível ver sua música e sua dança como estados dionisíacos, é claro que se pode afirmar que isso vinha do uso de drogas, porém eu consigo ver ali o espírito da música que possibilitou a tragédia grega. 

2 comentários:

  1. Prezado Luiz,
    Conceitue "estado dionisíaco".
    Abraço!

    ResponderExcluir
  2. o estado dionisíaco é um estado de embriaguez, de esquecer-se de si mesmo, de exagero, de não forma, de pulsar em direção a vida, de liberdade, de quebra do princípio de individuação e a volta para o Uno-primordial.

    ResponderExcluir