Exemplos Estéticos Contemporâneos da Decadência do Trágico:
Luana Elisabeth
Martins Ihringer1
A decadência do trágico implica
para Nietzsche na decadência da Cultura Contemporânea. Podemos perceber que a
falta do espírito trágico na estética contemporânea é o principal ponto da
crítica Nietzschiana.
Nietzsche mostra que apenas com
o retorno do trágico é possível sair da decadência. Observa-se que essa
decadência só aumentou com o advento da Industrialização e o apogeu do
Capitalismo, onde tudo, inclusive a arte tornou-se mera mercadoria.
É interessante analisar como a
banalidade da era do consumo interfere na arte e posteriormente no modo de
alguns indivíduos contemporâneos. No Brasil, pode-se notar essa decadência no
âmbito musical, por exemplo, o Funk Carioca e a sua relação com o movimento
“rolezinho”.
O Funk no Brasil é um estilo
musical oriundo das favelas do Rio de Janeiro, que vem se disseminando por todo
país. Muito polemico por suas letras abordarem temas como ostentação,
rebaixamento da figura feminina, apologia ao sexo, tráfico, consumismo e
conteúdo obsceno e vulgar, fora a carência de criatividade.
O que quero destacar é como esse
estilo musical, que é um forte exemplo da decadência cultural, interfere
diretamente no modo de vida, na maneira de se vestir, no comportamento e
pensamento das pessoas que são adeptas ao Funk Carioca.
Recentemente muitos pensaram que
o “Rolezinho” (Evento combinado em redes sociais por jovens, para se
concentrarem nos shoppings), tinha algum caráter político, de manifestação
contra preconceito, racismo e discriminação social. Porém, uma reportagem, disponível
no site da UOL (http://mais.uol.com.br/view/1575mnadmj5c/voce-conhece-as-rolezeiras-descubra-quem-sao-e-o-que-pensam-essas-meninas-04024E9B3162CCC14326?types=A), retrata bem qual é a
verdadeira finalidade dos “Rolezinhos”.
O titulo da reportagem é: “Você
conhece as rolezeiras? Descubra quem não e o que pensam essas meninas”, basta
um clique para começar a serie de asneiras com fundo musical Funk Carioca,
relatadas em 02:54 de vídeo, onde meninas adolescentes explicam que “role legal
é você beber, curtir, beijar e zuar”. Onde meninas combinam de ir vestidas com
short, tomara que caia e melissa, o que caracteriza um padrão de beleza a ser
seguido. Uma das garotas relata que “tem que ir igual piriguete... vestido
curto, short, tem que vim assim né?” outra diz que “não adianta vim largada,
porque não vai arrumar ninguém, a gente vem pra cá, para conhecer gente bonita,
por isso a gente tem que ta bonita também”. Mas o que é bonito? O padrão?
“Os meninos não tem papo, eles
chegam e falam:
- E ai vamo fechar?
E pronto. Tem uns meninos que
chegam e diz, a você é gata, é perfeita, desse eu gosto, agora tem outros que
são muito brutos, chega agarrando, querendo outras coisas, xigam quando a gente
não quer ficar”.
Nota-se que a música Funk
influencia os padrões de beleza, o modo de agir com violência, a antecipação da
sexualidade, a ostentação e o consumismo, a vulgaridade. Outra menina diz: “Tem
que ser bermuda branca, um Nike Shox e uma camisa da Holliester ou da
Aeropostale, um Juillet e um boné, esse é o garoto perfeito do role”.
A analise é, como o Funk
Carioca, exemplo da decadência da cultura vem influenciando estereótipos e a
depreciação de valores, principalmente dos jovens, não só da classe baixa, dos
morros e favelas do Rio de Janeiro, mas de todos os ouvintes desse estilo
musical Brasil a fora.
Querida Luana,
ResponderExcluirCaracterize os conceitos:
a) Trágico;
b) Decadência.
Abraço!
Segundo a última reunião, onde recapitulamos os cap. 10 a 12:
ResponderExcluirA Tragédia é o fenômeno incomum, que provoca ELEVAÇÃO (êxtase dionisíaco), pela relação com o sofrimento. Essa elevação é a elevação da FORÇA. Logo o trágico se dá com a elevação do sofrimento e da força. O trágico é o momento de embriaguez dionisíaca.
A Decadência surge com a Comédia de Eurípedes. A Comédia é um fenômeno comum, que provoca EQUILÍBRIO, pela relação com o sofrimento. Onde o riso equilibra as relações, logo o sofrimento é elevado, mas a força diminui. A embriaguez dionisíaca é perdida na Comédia.
Eurípedes segundo Nietzsche foi quem iniciou o processo de decadência, pois a Tragédia de Eurípedes era na verdade uma Comédia e a Decadência se dá justamente na transição da Tragédia para a Comédia. Porém foi o socratismo estético que destruiu de fato a Tragédia.
Sobre o trágico, Nietzsche disse:
ResponderExcluir"Esse processo do coro trágico é o protofenômeno dramático: ver-se a si próprio transformado diante de si mesmo e então atuar como se na realidade a pessoa tivesse entrado em outro corpo, em outra personagem" p.57
"É na verdade tal fenômeno se apresenta em forma epidêmica: toda uma multidão sente-se dessa maneira enfeitiçada. O ditirambo distingui-se por isso de qualquer outro canto coral" p.57
Sobre a decadência, Nietzsche disse:
ResponderExcluir" Dionísio já havia sido afugentado do palco trágico e o fora através de um poder demoníaco que falava pela boca de Eurípedes. Também Eurípedes foi, em certo sentido, apenas máscara: a divindade, que falava por sua boca, não era Dionísio, tampouco Apolo, porém um demônio de recentíssimo nascimento, chamado SÓCRATES". p.76
"Eis a nova contradição: o dionisíaco e o socrático, e por causa dela a obra de arte da tragédia grega foi abaixo". p.76-77
A decadência também é tudo aquilo que: sendo apolíneo, quando chega ai ápice não consegui atingir o dionisíaco e com isso decai !
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