sexta-feira, 26 de dezembro de 2014
As Canções do Príncipe Vogelfrei: confiram!
http://davidkanaga.bandcamp.com/album/songs-of-prince-vogelfrei-other-songs
Primeiro Círculo de Leituras de 2015 (Jan-Fev/2015)
17.01.2015 - Humano Demasiado Humano I e o problema do Conhecimento (Wesley e Pedro)
24.01.2015 - Prólogo de Humano Demasiado Humano II (Pedro)
31.01.2015 - Primeira Parte de Humano Demasiado Humano II (Flávio e Luana)
07.02.2015 - Segunda Parte de Humano Demasiado Humano II - Texto Inicial e Aforismas 01 a 178 (Ellen Caroline e André Diogo)
14.02.2015 - Segunda Parte de Humano Demasiado Humano II - Aforismas 178 a 350 e Texto Final (Ellen Caroline)
I Ciclo de Atividades de 2015 - Cronograma de Reuniões
10.01.2014 - Primeira Reunião (Sábado, às 14:30, horário de Brasília, no Hangout). Pauta: Contexto de Escrita de Humano Demasiado Humano e Introdução à Leitura.
21.02.2014 - Segunda Reunião (Sábado, às 14:30, horário de Brasília, no Hangout). Pauta: Discussões acerca das leituras realizadas no Primeiro Círculo de Leituras.
terça-feira, 2 de setembro de 2014
O leão, o camelo e a criança: preconceitos???
Reunião do Grupo do Dia 03/09/2014 lá no Cine Praia Grande às 18:00. Nos vemos lá!!!
quarta-feira, 28 de maio de 2014
Reunião do dia 28/05/2014: cancelada!
Queridos,
Ainda que de volta, não poderei revê-los hoje por causa da greve de ônibus. Trouxe lembrancinhas da viagem - umas para entregar para todos, outras para sortear. Nos vemos na próxima quarta. Saudades!
Ainda que de volta, não poderei revê-los hoje por causa da greve de ônibus. Trouxe lembrancinhas da viagem - umas para entregar para todos, outras para sortear. Nos vemos na próxima quarta. Saudades!
quarta-feira, 14 de maio de 2014
Reunião do dia 14.05.2014: cancelada!
Queridos,
Fui tomada por um conjunto de atividades junto ao BCT e não poderei estar presente hoje. Na próxima semana (21.05.14) também não haverá reunião porque estarei viajando para participar de um Congresso.
Estaremos de volta no dia 28.05.2014.
Neste período trabalhem nas leituras para os artigos. Qualquer coisa estou aqui na Matrix.
Abraços nietzschianos em todos... Saudades!
Fui tomada por um conjunto de atividades junto ao BCT e não poderei estar presente hoje. Na próxima semana (21.05.14) também não haverá reunião porque estarei viajando para participar de um Congresso.
Estaremos de volta no dia 28.05.2014.
Neste período trabalhem nas leituras para os artigos. Qualquer coisa estou aqui na Matrix.
Abraços nietzschianos em todos... Saudades!
quarta-feira, 23 de abril de 2014
quarta-feira, 2 de abril de 2014
quarta-feira, 26 de março de 2014
Reunião do dia 26/03/2014: Cancelada!
Prezados,
Em virtude de convocação para a Reunião do Colegiado do Curso de Ciência e Tecnologia, entre outras atividades, não estarei presente na reunião de hoje, bem como ainda não disponibilizei o material para leitura na reprografia. Assim que o material estiver disponível, retorno.
Em tempo: Sobre a SBPC, estamos realmente com dificuldades de solucionar o transporte (por diversas razões). Haverá, entretanto, alojamento disponível próximo ao local do evento. Já tive resposta da desistência de alguns alunos, mas se alguém quiser mesmo ir, entre em contato comigo por e-mail.
Programação de Atividades - 2014.1
Textos (os discentes devem enviar ensaios temáticos livres com base nesses textos até 31/05/2014):
- Introdução à tragédia de Sófocles.
- Nietzsche e a Polêmica sobre "O Nascimento da Tragédia".
Fichamentos específicos (os discentes devem enviar os respectivos fichamentos do material estudado até 31/05/2014):
- Luís Felipe: Leituras de Sófocles.
- Luana e Andressa: Cartas.
- Leonardo: Ditirambos de Dionísio.
OBSERVAÇÃO:
Caso algum outro discente esteja interessado em desenvolver uma leitura específica (como os três colegas acima), ao invés das leituras gerais, basta manifestar o interesse para a professora.
Apresentação de Projetos de Pesquisa: Junho/2014.
Produção Textual: Julho/2014.
quinta-feira, 13 de março de 2014
Chamada de Trabalhos - 2º Congresso Internacional Nietzsche e a Tradição Filosófica: Nietzsche e as Tradições morais
http://gruponietzscheufmg.blogspot.com.br/
quarta-feira, 12 de março de 2014
Edital FAPEMA - APOIO A PARTICIPAÇÃO EM EVENTOS TÉCNICO-CIENTÍFICOS - APEC
APOIO A PARTICIPAÇÃO EM EVENTOS TÉCNICO-CIENTÍFICOS - APEC
EDITAL FAPEMA Nº 12/2014 APEC
Reunião: 12/03/2014 - CCH
Prezados,
Encerrando o período de férias, nossas reunião hoje será às 17:00 no CCH, sala 02, piso, 02, bloco 02.
Até lá!
Encerrando o período de férias, nossas reunião hoje será às 17:00 no CCH, sala 02, piso, 02, bloco 02.
Até lá!
terça-feira, 25 de fevereiro de 2014
Reunião do dia 26/02/2014: cancelada.
Prezados,
Em virtude da realização do Worshop do Curso de Ciência e Tecnologia não poderei estar presente na reunião do dia 26/02/2014.
Fica, portanto, remarcada aludida reunião para o dia 12/03/2014, com apresentação dos últimos capítulos do livro pela profª Ellen Caroline.
Bom feriado a todos!
Em virtude da realização do Worshop do Curso de Ciência e Tecnologia não poderei estar presente na reunião do dia 26/02/2014.
Fica, portanto, remarcada aludida reunião para o dia 12/03/2014, com apresentação dos últimos capítulos do livro pela profª Ellen Caroline.
Bom feriado a todos!
quarta-feira, 19 de fevereiro de 2014
Reunião do dia 19/02/2014: CCH às 17:30
Prezados,
Em virtude de reunião do Colegiado de Curso do BCT, a reunião de hoje, dia 19/02/2014, será às 17:30 no CCH, Bloco 02, Piso 02, Sala 02.
Até lá!
Em virtude de reunião do Colegiado de Curso do BCT, a reunião de hoje, dia 19/02/2014, será às 17:30 no CCH, Bloco 02, Piso 02, Sala 02.
Até lá!
domingo, 16 de fevereiro de 2014
Para quem gosta de escrever...eis a informação:
EDITAL FAPEMA Nº 02/2014 LITERATURA
PROGRAMA DE APOIO A PUBLICAÇÃO LITERÁRIA – LITERATURA
http://www.fapema.br/site2012/index.php?option=com_docman&Itemid=207
Envio dos Ensaios
Prezados,
Recebi poucos ensaios até o presente. Lembrem-se que estes são pré-requisitos para os artigos que escreveremos com o objetivo de publicação.
Recebi poucos ensaios até o presente. Lembrem-se que estes são pré-requisitos para os artigos que escreveremos com o objetivo de publicação.
quarta-feira, 12 de fevereiro de 2014
Reunião do dia 12/02/2014 - Paulo Freire
Prezados,
A reunião de hoje, 12/02/2014, será no Paulo Freire, sala 205, Asa Sul, às 15:30.
Até lá!
A reunião de hoje, 12/02/2014, será no Paulo Freire, sala 205, Asa Sul, às 15:30.
Até lá!
quarta-feira, 5 de fevereiro de 2014
Reunião do Dia 05/02/2014
Prezados,
A reunião do dia 05/02/2014 será realizada no Centro Pedagógico Paulo Freire, às 15:30, na sala 205 Asa Sul.
Até lá!
A reunião do dia 05/02/2014 será realizada no Centro Pedagógico Paulo Freire, às 15:30, na sala 205 Asa Sul.
Até lá!
quarta-feira, 29 de janeiro de 2014
Agenda de Exposições
05/02/2014: Capítulos 13 a 15 - Andressa
12/02/2014: Capítulos 16 a 18 - Luana
19/02/2014: Capítulos 19 a 22 - Leonardo
26/02/2014: Capítulos 23 a 25 - Ellen Caroline
Próxima Leitura: Março/2014
Introdução à Tragédia de Sófocles (Friedrich Nietzsche)
Tradução: Ernani Chaves
12/02/2014: Capítulos 16 a 18 - Luana
19/02/2014: Capítulos 19 a 22 - Leonardo
26/02/2014: Capítulos 23 a 25 - Ellen Caroline
Próxima Leitura: Março/2014
Introdução à Tragédia de Sófocles (Friedrich Nietzsche)
Tradução: Ernani Chaves
Prazos de Atividades Escritas
Conforme deliberado na reunião do dia 15/01/2014, os discentes deverão enviar os seguintes trabalhos:
Até 15/02/2014: Ensaio relativo ao conceito de decadência da cultura.
Até 15/03/2014: Artigo sobre tema livre concernente ao Nascimento da Tragédia.
Vergessen Sie nicht!
Socrátes entre antigos e modernos
Que Sócrates estivesse estreitamente relacionado à tendência de Eurípides, foi algo que não escapou a seus contemporâneos, na Antigüidade; e a expressão mais eloqüente dessa percepção feliz é aquela lenda circulante em Atenas, segundo a qual Sócrates costumava ajudar Eurípides em seu poetar. Ambos os nomes eram pronunciados num só hausto pelos partidários dos "bons velhos tempos", quando se tratava de enumerar os desencaminhadores do povo de então: de sua influência deriva, dizia-se, o fato de que a antiga, maratoniana e quadrada solidez do corpo e da alma seja vítima, cada vez mais de um duvidoso Iluminismo, em uma progressiva atrofia das virtudes tradicionais. Nesse tom, meio indignado e meio desdenhoso, sói a comédia aristofanesca falar daqueles dois homens, para espanto dos modernos, que na verdade renunciam de bom grado a Eurípides, mas não podem parar de admirar-se que Sócrates apareça em Aristófanes como o primeiro e o supremo sofista, como o espelho e o resumo de todas as aspirações sofísticas: diante disso só lhes resta um consolo, o de colocar o próprio Aristófanes como um devasso e mentiroso Alcebíades da poesia. (NIETZSCHE: 1992;84)
Essência do Socratismo Estético
Eurípides
"Tendo pois reconhecido amplamente que Eurípides não conseguiu fundar o drama unicamente no apolíneo, que sua tendência antidionisíaca se perdeu antes em uma via naturalista e inartística, devemos agora nos acercar mais da essência do socratismo estético, cuja suprema lei soa mais ou menos assim: "Tudo deve ser inteligível para ser belo", como sentença paralela à sentença socrática: "Só o sabedor é virtuoso' '. Com tal cânone na mão, mediu Eurípides todos os elementos singulares e os retificou conforme esse princípio: a linguagem, os caracteres, a estrutura dramática, a música coral. O que nós, em comparação à tragédia sofocliana, costumávamos levar tantas vezes à conta de Eurípides como defeito, é principalmente produto desse penetrante processo crítico, dessa atrevida intelecção". (NIETZSCHE:1992;81)
Exercício de Leitura: Luiz Felipe
Um dos ritmos mais ouvidos hoje
em dia no Brasil é o funk. Analisando-se, embora superficialmente, as letras
desse estilo, observa-se um certo descuido no que diz respeito ao uso da
língua, pois encontramos frases mal elaboradas, vazias, pornográficas, cheias
de erros gramaticais, sem preocupação estilística no sentido de trabalhar a
linguagem. Entretanto, as pessoas que apreciam tal estilo musical são levadas
apenas pelo ritmo, sem se importarem com o conteúdo e emoção. Desse modo,
pode-se dizer que, quando se ouve o funk não cria um estado dionisíaco, onde o
indivíduo pode se sentir bem com o uno primordial; a música é fraca, a batida;
nunca inova e as letras são esvaziadas semanticamente.
Assim, musicalmente, o funk não
quer dizer nada, não serve nem para mostrar
a realidade do povo porque não fala dele mesmo, o sucesso desse estilo vem da
exploração sexual que se tira daí.
Quando analisamos cantores como Renato Russo, percebemos que o sucesso de sua música vem da poesia das suas letras, não do som. Renato Russo, portanto, é muito mais um poeta que um músico. Em músicas tais como “Faroeste Caboclo” e “Que país é esse” percebemos letras boas, com crítica social bem feita, mas não cria o efeito que a música deveria criar, as pessoas não escutam Renato Russo para alcançar um estado dionisíaco.
O interessante é que quando comparamos os tipos musicais com a música feita por compositores eruditos, tal como Chico Buarque, percebemos uma grande diferença, podemos ver tanto a música quanto a letra sendo de níveis bons, sendo possível em algumas músicas adentrar esse estado dionisíaco.
Em minha opinião, a banda que mais chegou perto de um estado dionisíaco foi a banda “The Doors” com o seu excelente cantor Jim Morrison, que foi um grande estudioso de Nietzsche, era possível ver sua música e sua dança como estados dionisíacos, é claro que se pode afirmar que isso vinha do uso de drogas, porém eu consigo ver ali o espírito da música que possibilitou a tragédia grega.
Quando analisamos cantores como Renato Russo, percebemos que o sucesso de sua música vem da poesia das suas letras, não do som. Renato Russo, portanto, é muito mais um poeta que um músico. Em músicas tais como “Faroeste Caboclo” e “Que país é esse” percebemos letras boas, com crítica social bem feita, mas não cria o efeito que a música deveria criar, as pessoas não escutam Renato Russo para alcançar um estado dionisíaco.
O interessante é que quando comparamos os tipos musicais com a música feita por compositores eruditos, tal como Chico Buarque, percebemos uma grande diferença, podemos ver tanto a música quanto a letra sendo de níveis bons, sendo possível em algumas músicas adentrar esse estado dionisíaco.
Em minha opinião, a banda que mais chegou perto de um estado dionisíaco foi a banda “The Doors” com o seu excelente cantor Jim Morrison, que foi um grande estudioso de Nietzsche, era possível ver sua música e sua dança como estados dionisíacos, é claro que se pode afirmar que isso vinha do uso de drogas, porém eu consigo ver ali o espírito da música que possibilitou a tragédia grega.
terça-feira, 28 de janeiro de 2014
Reunião do dia 29.01.2014
Prezados,
A reunião do Grupo da quarta-feira 29.01.2014 será realizada no Centro Pedagógico Paulo Freire, às 15:00, na sala 205, Asa Sul.
Bis bald!
A reunião do Grupo da quarta-feira 29.01.2014 será realizada no Centro Pedagógico Paulo Freire, às 15:00, na sala 205, Asa Sul.
Bis bald!
Exercício de Leitura: Luana Ihringer
Exemplos Estéticos Contemporâneos da Decadência do Trágico:
Luana Elisabeth
Martins Ihringer1
A decadência do trágico implica
para Nietzsche na decadência da Cultura Contemporânea. Podemos perceber que a
falta do espírito trágico na estética contemporânea é o principal ponto da
crítica Nietzschiana.
Nietzsche mostra que apenas com
o retorno do trágico é possível sair da decadência. Observa-se que essa
decadência só aumentou com o advento da Industrialização e o apogeu do
Capitalismo, onde tudo, inclusive a arte tornou-se mera mercadoria.
É interessante analisar como a
banalidade da era do consumo interfere na arte e posteriormente no modo de
alguns indivíduos contemporâneos. No Brasil, pode-se notar essa decadência no
âmbito musical, por exemplo, o Funk Carioca e a sua relação com o movimento
“rolezinho”.
O Funk no Brasil é um estilo
musical oriundo das favelas do Rio de Janeiro, que vem se disseminando por todo
país. Muito polemico por suas letras abordarem temas como ostentação,
rebaixamento da figura feminina, apologia ao sexo, tráfico, consumismo e
conteúdo obsceno e vulgar, fora a carência de criatividade.
O que quero destacar é como esse
estilo musical, que é um forte exemplo da decadência cultural, interfere
diretamente no modo de vida, na maneira de se vestir, no comportamento e
pensamento das pessoas que são adeptas ao Funk Carioca.
Recentemente muitos pensaram que
o “Rolezinho” (Evento combinado em redes sociais por jovens, para se
concentrarem nos shoppings), tinha algum caráter político, de manifestação
contra preconceito, racismo e discriminação social. Porém, uma reportagem, disponível
no site da UOL (http://mais.uol.com.br/view/1575mnadmj5c/voce-conhece-as-rolezeiras-descubra-quem-sao-e-o-que-pensam-essas-meninas-04024E9B3162CCC14326?types=A), retrata bem qual é a
verdadeira finalidade dos “Rolezinhos”.
O titulo da reportagem é: “Você
conhece as rolezeiras? Descubra quem não e o que pensam essas meninas”, basta
um clique para começar a serie de asneiras com fundo musical Funk Carioca,
relatadas em 02:54 de vídeo, onde meninas adolescentes explicam que “role legal
é você beber, curtir, beijar e zuar”. Onde meninas combinam de ir vestidas com
short, tomara que caia e melissa, o que caracteriza um padrão de beleza a ser
seguido. Uma das garotas relata que “tem que ir igual piriguete... vestido
curto, short, tem que vim assim né?” outra diz que “não adianta vim largada,
porque não vai arrumar ninguém, a gente vem pra cá, para conhecer gente bonita,
por isso a gente tem que ta bonita também”. Mas o que é bonito? O padrão?
“Os meninos não tem papo, eles
chegam e falam:
- E ai vamo fechar?
E pronto. Tem uns meninos que
chegam e diz, a você é gata, é perfeita, desse eu gosto, agora tem outros que
são muito brutos, chega agarrando, querendo outras coisas, xigam quando a gente
não quer ficar”.
Nota-se que a música Funk
influencia os padrões de beleza, o modo de agir com violência, a antecipação da
sexualidade, a ostentação e o consumismo, a vulgaridade. Outra menina diz: “Tem
que ser bermuda branca, um Nike Shox e uma camisa da Holliester ou da
Aeropostale, um Juillet e um boné, esse é o garoto perfeito do role”.
A analise é, como o Funk
Carioca, exemplo da decadência da cultura vem influenciando estereótipos e a
depreciação de valores, principalmente dos jovens, não só da classe baixa, dos
morros e favelas do Rio de Janeiro, mas de todos os ouvintes desse estilo
musical Brasil a fora.
Exercício de Leitura: Leonardo Sousa
METALLICA
Á LUZ DE FRIEDRICH NIETZSCHE: O RESSURGIMENTO DO TRÁGICO ATRAVÉS DA CANÇÃO DE
HEAVY METAL THE CALL OF KTULU
Leonardo Silva Sousa – Filosofia
Podemos observar que boa
parte dos acontecimentos ou fenômenos são indizíveis, por muitas vezes
indecifráveis. No caso deste breve texto, encontramos o fenômeno estético da
produção artística: seja pelo teatro, pelas composições musicais, pinturas ou até mesmo esculturas que nos preenchem com sua força e
vivacidade, sentimos prazer quando escutamos uma canção que nos recorde a
infância ou o primeiro amor, contemplamos uma agradável leitura seja na
literatura de Albert Camus ou Oscar Wilde, e até mesmo caímos em lágrimas quando
um ator executa tão bem a sua performance em um espetáculo teatral.
Ferreira Gullar, poeta e
escritor brasileiro comentara o seguinte a respeito da arte: “Sobre poesia eu não penso, eu simplesmente faço: a minha
poesia nasce do espanto. Qualquer coisa pode espantar um poeta, até um galo
cantando no quintal. Arte é uma coisa imprevisível, é descoberta, é uma
invenção da vida. E quem diz que fazer poesia é um sofrimento está mentindo: é
bom, mesmo quando se escreve sobre uma coisa sofrida. A poesia transfigura as
coisas, mesmo quando você está no abismo. A arte existe porque a vida não
basta”. Em suma, a arte é esse espanto,
essa tomada de energia e força, o sublime o prazer ao contemplar uma
manifestação artística.
Assim como o poeta Ferreira
Gullar, encontramos num jovem professor de letras clássicas, nascido no
vilarejo de Röcken, próximo a Leipzig, na Alemanha em 15 de outubro de 1844 esta
tão delicada e profunda preocupação com o movimento estético da arte. O então
jovem professor de Letras e futuro atende pelo nome de Friedrich Nietzsche e
pelo nome não preciso dizer mais nada: Mediante a força e vivacidade de suas
frases e pensamentos jogadas ao vento, ou melhor nas redes sociais como facebook e orkut e sua conotação como “louco”, “ateu” e até mesmo “anti-cristo” por fãs menos
desavisados.
O filósofo alemão como pautado no
parágrafo anterior preocupava-se atenciosamente como o fenômeno estético da
arte que dedicou sua primeira obra como filólogo e posteriormente filósofo para
este excitante assunto. Sua obra atende pelo nome de “O nascimento da tragédia no espírito da música” que publicada em
1872 já despertava polêmica pela sua problemática abordada nos primeiros
capítulos: Tal obra tinha como intuito desafiar a concepção estendida ao longo
da história da civilização grega: uma civilização conhecida pela justa medida,
virtuosidade e serenidade, exímias “criaturas de intelecto” e pontuava na
produção artística de Wagner, a redenção da cultura do povo alemã, ofuscada
pela técnica, perdida em meio á “Maldição do intelecto” protagonizada pelo
artista Sócrates cujo falarei mais a frente.
Sobre esta exímia obra, não
pretendo discorrer sobre todos os capítulos, mas trazer elementos que
estruturem o problema deste trabalho: Sobre a decadência da cultura artística
de nossos tempos e sobre uma possibilidade de redenção e louvor ao trágico na
perspectiva do pensamento de Friedrich, no tocante as manifestações musicais de
nossa atual época, pelo qual irei me preocupar. Para isto, recorrerei há alguns
capítulos de O nascimento da tragédia
para estruturar este problema.
O nascimento da tragédia de 1872, primeira obra do filosofo alemão
Friedrich Nietzsche nos leva tentar refletir o que foi a tragédia para os
gregos e como ela surgiu. Logo, o que significaria para os gregos e qual seria
o objetivo do mito trágico para uma civilização tão sábia e virtuosa, segundo
os relatos ao longo de enciclopédias e livros? Nietzsche vai pontuar que a
tragédia grega surge da efervescência de dois elementos da arte trágica: O
apolíneo e o dionisíaco onde estes espíritos dominaram com suas respectivas
características a cultura grega onde em alguns momentos o espírito dionisíaco
emergia com toda força em uma determinado período como em outro a imagem
apolínea domina a civilização grega propondo quietude, idealismo e moderação em
outro período.
“Teremos ganho muito a favor da ciência estética se
chegarmos não apenas a intelecção lógica mas á certeza imediata da introvisão
[Anschauung] de que o contínuo desenvolvimento da arte está ligado a
duplicidade do apolíneo e do dionisíaco, da mesma maneira como a procriação depende
da dualidade dos sexos em que a luta é incenssante e onde intervêm periódicas reconciliações.” (NIETZSCHE, 2007, pag. 24)
Mas o que seria o Apolíneo e o Dionísiaco? Para isto devemos conceituar
estas imagens, sobretudo os deuses que a representam. Começamos por Apolo, que
é o deus da imagem da justa-medida, do comedido cujo é a personificação da
imagem onírica de beleza: Nesta concepção é Apolo representado pela imagem do
sonho, pela sua sabedoria e serenidade. Já o Dionísio, é considerado o Deus da
floresta (Por ter sido expulso do Olimpo e habitar as matas e floresta na
companhia das ninfas e dos sátiros) caracterizado pela força, pela vontade,
pelo êxtase e por fim, pela embriaguez. Vemos dois Deuses com forças e
características totalmente opostas aqui, mas como estariam eles relacionados
com a civilização grega e digo mais, coma a condição de ser do homem? Para
Nietzsche é através da dualidade do sonho apolíneo e da embriaguez dionisíaca
que o homem é capaz de sentir com força a intensa força destes elementos em sua
existência.
Para continuar
discorrendo sobre a força desses Deuses, é necessário caracterizar o que seria principio de individuação e uno primordial. Este primeiro aparece na
filosofia de Arthur Schopenhauer, do que Nietzsche fora influenciado pela suas
idéias, onde encontramos elementos de sua filosofia, na obra O nascimento da
tragédia. Oprincipium individuationis
é designado como aquilo que separa
os seres (no caso os homens, de sua espécie ou gênero) como seres únicos e
individuais com suas características e atributos bem definidos. Este conceito
de Schopenhauer relaciona-se com a imagem de sonho Apolíneo em medida que este
personifica uma imagem, uma idealização de perfeição e exemplo. O principio de individuação
separa os homens uns dos outros, convertendo-os em seres únicos e individuais.
Apolo porém, mais uma vez
se nos apresenta como o endeusamento do principiumindividuationis, no
qual se raliza, e somente nele, o alvo eternamente visado pelo Uno-primordial,
sua libertação através da aparência: ele nos mostra com gestos sublimes quão
necessário é o mundo do tormento, a fim de que, por seu intermédio, seja o individual
forçado a engendrar a visão redentora e então, submerso em sua contemplação,
remanesça tranqüilamente sentado em sua canoa balouçante, em meio ao mar.
(Nietzsche, 2007, pag. 37)
O uno primordial vai se
caracterizar por ser contrário ao principio de individuação. É a unidade que
reúne os seres, rompendo com o que separa uma criatura de outra, onde ambos cultivam
os mesmo sentimentos como dores e prazeres numa relação que vincularia num laço
entre seres (no caso, os homens). O uno
primordial é para Nietzsche, caracteriza como um ser que sofre: Que se
encontra em intensa dor e vai encontrar e na aparência da beleza sua redenção
ao contemplar uma manifestação artística. Logo, o uno primordial relaciona com o Deus Dionísio, que por ser o Deus da
floresta está mais relacionado com os humanos, com as ninfas e os sátiros. O
Uno primordial seria a reconciliação dos seres que estavam a caminhar pelo
ideal apolíneo do principio de individuação onde a unidade primordial rompe as
barreiras de cada um dos seres, trazendo-os para a íntima sincronia do uno
primordial.
“Assim como agora, os animais falam e a terra dá
leite e mel, do interior do homem também soa algo de sobrenatural: ele sente
como um Deus, ele próprio caminha agora tão extasiado e enlevado, como vira em
sonho os Deuses caminharem. O homem não é mais artista, tornou-se obra de arte:
a força artística de toda a natureza, para a deliciosa satisfação do
Uno-primordial, revela-se aqui sobre o frêmito
da embriaguez.” (Nietzsche, 2007, pag. 28)
Até agora, analisamos
alguns dos principais conceitos encontrados na obra deste homem letras para
agora, partimos para a seguinte problemática: Qual seria a necessidade de uma
civilização, se Sócrates a Platão que semeava a serenidade, o comedido e a
virtude aos seus da tragédia? E vou além: porque esta civilização necessitou da
presença de seres olímpicos em suas existências? Para tentarmos responder a
esta inquietação, devemos nos atentar ao capitulo três do nascimento da
tragédia no tocante a lenda do Rei Midas e do sábio Sileno:
“Reza a antiga lenda que
o rei Midas perseguiu durante longo tempo, sem conseguir captura-lo o sábio
Sileno, o companheiro de Dionísio. Quando por fim, ele veio cair em suas mãos,
perguntou-lhe o rei qual dentr as coisas era melhor e a mais preferível para o
homem. Obstinado e imóvel, o demônio calava-se até que, forçado pelo rei,
prorrompeu finalmente, por entre o riso amarelo, nestas palavras: Estirpe
miserável e efêmera, filhos do acaso do tormento! Por que me obrigas a dizer-te
o que seria para mais salutar não ouvir? O melhor de tudo é para ti
inteiramente inatingível: não ter nascido, não ser, nada ser. Depois disso,
porém o melhor pra ti é logo morrer”. (Nietzsche, 2007, pag. 3)
O homem grego sentiu as
inquietações da existência, o pavor da morte e para viver necessitou da
representação onírica dos Deuses, para assim poder dar sustentabilidade as suas
existências. Era a personificação dos Deuses, suas perfeitas características e
imagens que serviam como diretriz para o melhorar de sua conduta, e isto só foi
permitido pela contribuição do impulso apolíneo de beleza do qual Apolo, Deus do
comedido, da imagem e do equilíbrio tem por atributo em suas características.
Este é um forte exemplo
encontrado no nascimento da tragédia que contribuiu para que o grego, através
dessa idealização dos seres olímpicos se converter em Principio de individuação. Aqui, exalta-se a justa-medida,
equilíbrio e intelecto neste homem que se converte em único, transformar-se num
ser individual. Contudo, Nietzsche nos pontua que em sua obra, a história da
civilização grega fora dividida em momentos de reinados Apolíneos e dionisíacos
onde os momentos apolíneos são caracterizados pelo equilíbrio e justa medida de
intervenção das orgias festas, onde o homem grego se converte em civilizado. Já
o dionisíaco encontrado inicialmente nestas festas, de Roma a Babilônia, entre
os gregos mais tribais e mais rupestres.
Pontuamos as diferenças aqui
entre o Principio de individuação
(Ideal apolíneo) junto ao Uno-primordial
(Dionísiaco). Mas porque ambos são tão contrários, tão distantes um do outro? É
que ambos precisam se reconciliar, assim como a dualidade dos sexos, esse
conflito intenso entre dois gêneros diferentes que conflitam-se mas que para
Nietzsche precisam um do outro de forma visceral. Ao longo da história da
humanidade, observamos que o domínio Apolíneo emergiu com extrema voracidade
desde da fome de busca pelo “nada em demasia” e “conhece-te a ti mesmo”
protagonizada pelo gorducho Socrátes no mundo do conhecimento assim como as
restrições e valores puritanos da Rainha Vitória em seu Reinado na Inglaterra
Vitoriana em meados do séc. XIX como exemplo. No entanto, o Dionisíaco quer
aparecer com toda sua fome e força ao homem grego, e claro aos homens de nossa
época.
Para acentuarmos a força e violência do movimento dionisíaco
necessitamos recorrer a seguinte citação da obra aqui trabalhada: “O artista já renunciou á sua subjetividade
no processo dionisíaco: a imagem, que lhe mostra a sua unicidade com o coração
do mundo, é uma cena de sonho, que torna sensível aquela contradição e aquela
dor primordiais juntamente com o prazer primigênio da aparência.” (Nietzsche,
2007, pag. 41)Dada esta citação, Nietzsche pontua que quando o artista
renuncia a sua subjetividade, a idealização da imagem, este artista esta
experimentando o fenômeno do frênese dionisíaco: sua interpretação não é sua,
mas de todos. A sua dor e gemido novamente, não são seus e esta criatura é tomada pelo espírito do Deus
da embriaguez Dionisio, e todos aqueles presentes no fenômeno artístico
caminham em perfeito sincronia ao Uno-primordial. Em suma, o êxtase dionisíaco
ofusca a realidade cotidiana e faz com que o espectador mergulhe na intensa
realidade dionisíaca e se esqueça de sua existência cotidiana, da sua vida
real. Contudo, é um evento temporário, e quando esse indivíduo volta para a
realidade, sente o desagradável sentimento de deparar-se com sua antiga
realidade. Isto não só acontece com aquele que é espectador, mas também com aquele
interpreta as dores, angústias e prazer são ali compartilhados. E assim, todos
ali presentes convertem-se em um, convertem-se em Uno primordial.
Para Nietzsche, a técnica, a personificação da imagem estraga o fenômeno
estético e o encontro com esta realidade dionisíaca mencionada pelo filosofo
alemão. É a música, segundo Nietzsche isenta de imagens ou técnicas em sua
reprodução a maior manifestação artística de Dionísio, como a música de grupos
tribais, caracterizada pela força violenta do som e potência latente dos
arranjos músicas, características do Deus da floresta Dionísio. Logo, o coro
dionisíaco é a redenção da civilização grega, este coro que faz com que as
mentes humanas se direcionem ao delírio dionisíaco. Estes libertam-se de suas
individualidades e amarras institucionais,
libertam-se da “apertada gravata” e do “elegante terno” para assim caminharem em direção ao
Uno-primordial, ao encontro da força desmensurada do Deus da Floresta, Dionísio
“Aqui já se trata de uma renúncia
do individuo através do ingresso em uma natureza estranha”. (NIETZCHE, 2007 ,
pag. 57)
Diante destas constatações, voltamos agora para o problema tratado no
inicio destas linhas: O problema das manifestações musicais de nosso período!
Nunca, ao longo da história da humanidade, assim eu penso, que a produção musical
de nossa atualidade, nunca em outra época o espírito do Deus da perfeita imagem
Apolo apareceu com tanta força e vivacidade. E digo mais: Apolo, Deus da imagem
e sonho não pode ser taxado como o único vilão de nossos tempos, mas sim um
homem sábio sem sombra de dúvidas que para o filósofo e homem de letras
Nietzsche foi a besta que dominou sua época como domina também nossos tempos.
Recorro ao texto, precisamente aos capítulos doze e treze para alimentar as
idéias deste problema.
Coloco nestas linhas as seguintes palavras de Nietzsche em O nascimento
da tragédia: “Dionísio já havia sido
afugentado do palco trágico e o fora através de um poder demoníaco que falava
pela boca de Euripides. Também Euripides foi em certo sentido, apenas mascara:
a Divindade, que falava por sua boca não era Dionísio, tampouco Apolo, porém um
demônio de recentíssimo nascimento chamado SÓCRATES.” (2007, NIETZSCHE , pag.
76). Para Nietzsche, o socratismo com sua tradição, seu elogio e veneração
á racionalidade ao homo intelectus é
para o “bigodudo” a cólera de sua e de nossa época. Eurípides, poeta trágico do séc. V a.c foi um
dos responsáveis ao lado de Sócrates, por objetivar em sua produção artística a
personificação do melhoramento das ações humanas do homem grego. Em suma, é
através de sua Nova Comédia Ática tinha
por intuito atrelar o apolíneo em suas tragédias com fortes pitadas da tradição
socrática em meio ás máximas “conhece-te
a ti mesmo” e “Nada em demasia”, alvo de fortes críticas
de nosso filosofo alemão, tal atividade aniquilava as forças do Deus da
Floresta, despedaçava a latente força do Uno-primordial, e tornava a arte um
mero simulacro apolíneo-socrático. Eurípedes é responsável por transmitir a
curiosidade intelectiva aos seus, a busca pelo conhecimento em suas tragédias e
o sábio Sócrates só concordou com o intuito artístico deste poeta.
A tradição socrática invadiu ao longo da
história todas as camadas que podia penetrar: Ciência, Ética, Filosofia, Moral!
E o culto estético ao intelecto e a razão estava consumado, era regra a ser
seguida! Não necessitamos de tantos exemplos ao longo da história, e nem
necessitamos ir tão longe assim. É só nos voltarmos á racionalistas como
Leibniz e Descartes, este segundo que para Nietzsche caso viesse a ser
perguntado sobre tal, poderia considerá-lo a segunda besta ao lado do grego
Sócrates com a sua tão louvável Res
Corgitans e sua máxima: “Penso, logo existo”. E no final das contas,
parece-me que a história humana também é a história do desprezo á Res Extensa, a renúncia ao corpo, e sua
particular vontade. O francês René que o diga!
Utilizo-me de mais uma citação
de o nascimento da tragédia para conceituar ainda mais um dos atributos da
produção artística e musical de nosso atual contexto, e pra ser bem sincero, a
máxima pela qual ele é constituída: “Tudo
deve ser inteligível para ser belo”,
como sentença paralela á sentença socrática: “Só o saber é virtuoso”.
(NIETZSCHE, 2007, pag. 78). Logo, penso que a vivacidade e a força da
música de nossos tempos tem por intuito se objetivar no ideal de belo socrático
com dedicação e técnica nos acordes, com a letra bem rebuscada e bem pautada, e
com a maestria, técnica e delicadeza em não afinar na voz, que o diga toda a
dedicação de nossa “bossa nova”.
“Tudo deve ser
consciente para ser belo”e como já disse o lema paralelo ao principio socrático:
Tudo deve ser consciente para ser bom” (NIETZSCHE, 2007, pag.
80-81). O socratismo condena o instinto, ajunta pedras para atirar em toda e
qualquer manifestação estética em que os instintos e as forças sensíveis dos
humanos estejam manifestadas pois só o intelecto é belo, só a razão ordena e
direciona o mundo, só a atividade de pensar justifica nossa realidade! A música
de nossa época caminha na maldição socrática que tanto Nietzsche condena: Como
animais domesticados, nos doutrinamos em ouvir músicas que manifestem uma letra bem ornamentada (ou
não), belos acordes técnicos e uma suave voz.
Em outros casos, procuramos receber ou captar rapidamente a informação e
o que uma canção quer enfatizar. E os exemplos disso são atuais e deploráveis!
É só observar nas ruas, os automóveis tocando em alto e bom tom (ou não) os
diversos “tchêtchêrêrêtchêtchê” ou “Eu quero tchú, Eu quero tchá” da nova onda
do momento, o “sertanojo”. Ou ligar ao domingos e assistir ao canal da rede de
televisão Globo, o alegre programa
“esquenta” da apresentadora Regina Casé e seus convidados cantando músicas que
mais parecem ser entoadas por sílabas ao em vez de letras: como o lêlê dos
pagodeiros convidados e dos “tchus” e “tchas” dos cantores de “sertanojo” universitário.
“Olha que coisa
mais linda mais cheia de graça É ela menina que vem e que passa num doce
balanço a caminho do mar.” (Garota de Ipanema do compositor
Tom Jobim como a personificação do espirito apolíneo da arte)
“Nossa! Nossa!
Assim você me mata, ai se eu te pego, ai ai se eu te pego...”
(Música Ai se eu te pego do “considerado” cantor Michel Teló bem como
representação dos homens de nossos tempos: Uma sociedade apressada e impaciente
que buscam absorver o mais rápido possível uma informação, ou idéia pois o
“tempo é dinheiro” ou “tempo é sagrado”.)
Nossa atual época é caracterizada pela predominância do Deus do sonho e da
perfeita imagem Apolo, seja nas manifestações e reprodutibilidade do fenômeno artístico
ou a conduta de nosso agir humano acompanhada com fortes colheres de sopa da
tradição socrática! E penso que principium
individuationis, este nunca esteve tão latente a queimar em nossas veias e
artérias!
Contudo, penso ainda ser possível encontrarmos em meio a decadência
personificações do espirito Dionisíaco em nossos tempos no espirito da música.
Ou, especialmente em uma música onde indico que o Uno-primordial converte todos
os aqueles indivíduos engravatados no principio de individuação! O gênero é o heavy metal: Sim, aquele pesado e
exorbitante gênero musical desenvolvido entre as décadas de 1960 e 1970, com
seu verdadeiro apogeu nos anos 80 vingando até hoje com algumas notáveis
bandas. Este estilo musical, que tem como característica altas distorções de
guitarras amplificadas, com as pesadas batidas do bumbo de uma bateria em meio
á agressividade e a força desmensurada do vocalista, seja homem ou
mulherconcilia-se com objetivo destas linhas até: O ressurgimento do espirito
trágico através de uma canção deste gênero.
Não pretendo me alongar sobre o gênero heavy metal, mas concentrar-me em
uma canção de um grupo Norte-americano constituído nos anos 1980. Tal banda
atende pelo nome de Metallica, um
grupo norte-americanode heavy metal formado no ano de 1981 na cidade de Los Angeles, California. A banda foi
formada pelo então vocalista e frontman James Hetfield e pelo baterista de
origem dinamarquesa Lars Ulrich onde ambos estão até hoje na banda.
O grupo Metallica é reconhecido mundialmente, seja por fãs de heavy
metal ou rock, ou até mesmo pessoas que não apreciam o gênero como a minha mãe,
de tanto ouvir Metallica contra a sua vontade, pelo filho que aprecia o
barulhento som do grupo norte-americano. A banda certamente possuiu seu apogeu
no inicio dos anos 1980 com o primeiro disco intitulado Kill em All: Uma verdadeira explosão de solos distorcidos, vocal
rasgado e agressivo e uma veloz bateria! O segundo disco lançado em 1983,
atende pelo nome de Ride thelightning,
com diversas canções que se tornaram hinos entoados pelos fãs como Ride thelightning (música que leva o
titulo do disco), FightFirewithfire e
a excelente balada Fade toblack.
No caminhar da história do grupo, o Metallica lança em 1986o álbum que
se tornaria indispensável na coleção de cd’s de diversos fãs headbangers. O
Master ofPuppets foi considerado um dos melhores álbums de heavy metal da
história e certamente o mais completo de toda a banda por reunir toda a gama e essência
do grupo: Agressividade, força latente no bumbo das baterias, eletrizantes e
viajantes solos de guitarra e o vocal de James Hetfield perfeitamente entoado
com clássicos que vão desde daeferverscenteBattery
e Welcome Home(Sanituarium). Já em
1990 temos o lançamento do álbum preto, ou Black Album: Um disco que considero
razoável e com excelentes músicas como as baladas The unforgiven e Nothing ElseMatters
, a partir dai é só decadência, pois numa tentativa de atrair mais fãs, o grupo
mudou e mudou desde aparência até a proposta musical, num movimento que eu
consideraria porque não um movimento apolíneo de imagem, ou mera
reprodutibilidade. O Metallica perde o brilho e desde já, decepciona muitos fãs
a partir dai.
Não pretendendo me alongar sobre os péssimos álbuns lançados pelo grupo
Metallica, mas me concentrar numa canção que emerge todos os elementos do
frênese dionisíaco, proporcionado a convergência daqueles que a apreciam no
Uno-primordial tanto comentado neste breve texto. A música atende pelo nome de The CallofKtchulu,uma canção do disco Ride the Lightning mencionado
anteriormente.
Esta canção que não possui letra e é portanto uma instrumental de 9 minutos
que personifica para mim (e para quem escutá-la) toda a efervescência e força
do Deus Dionísio, o aparecimento do uno primordial naqueles ouvintes e
apreciadores. Como instrumental, a canção começa com uma leve de guitarra,
tranquilo onde o Deus Floresta repousa em meio aos seus para acordar e
demonstrar toda a virilidade de sua força e potência no entoar do peso da
bateria e no barulho dos riffs de guitarras! Impossível não sentir a vivacidade
do espirito de Deus em meio aos delirantes solos de guitarra que evocam a voz do
Deus da embriaguez Dionísio numa gama de sentimentos que explodem no decorrer
dessa canção, mesclando prazer á raiva, agonia á êxtase e que por mais que
possa a descrevê-la, mal consigo representar conceitualmente nestas linhas o
prazer deste fenômeno! Sinto-me tocado, de mãos atadas converto-me em
Uno-primordial na companhia do Deus da floresta.
Por fim, pontuo uma citação da Obra O nascimento da tragédia no Espirito
da música que razoavelmente caracteriza a canção The Call of Ktulu do grupo de Heavy Metal Metallica em essência da música Dionsiaca: “A comovedora violência do som, a torrente Unitária da melodia e o
mundo absolutamente incomparável da harmonia. No ditirambo dionisíacoo homem é
incitado á máxima intensificação de todas suas capacidades simbólicas”
(NIETZSCHE, 2007, pag. 32)
O ditirambo dionisíaco é a música entoada aos cultos ao Deus Dionísio,
entoado pelo coro e pelo solista com acompanhado da flauta. Assim como o
ditirambo dionisíaco,a canção de The Call of Ktulu é o que eu chamaria de a
possibilidade de um culto moderno e celebrador ao Deus Dionísio nos tempos de
hoje. Onde os homens se rendem a potente deste Deus, convertendo-se em
Uno-primordial ondeo corpo e os sentidos são tomados e concentrados na força do
Deus da floresta.
REFERÊNCIAS
BIBLIOGRÁFICAS:
Biografia virtual sobre o Metallica
Letra de música “Garota de Ipanema” do compositor
Tom Jobim e “Ai se eu te pego” de Michel Teló
NIETZSCHE, Friedrich,
1844-1900. O nascimento da tragédia ou helenismo e pessimismo/Friedrich
Nietzsche: tradução notas e posfácio: J. Guinsburg.___São Paulo: Companhia das
letras, 2007
Exercícios de Leitura
Prezados,
Estou publicando aqui a partir de agora as primeiras linhas dos exercícios de leitura dos discentes participantes do Grupo. São textos livres, frutos de discussões abertas tangentes aos problemas tratados nas leituras de O nascimento da tragédia.
O objetivo destes exercícios consiste na socialização de ideias e no estímulo à auto-crítica dos autores, funcionando como um ensaio para seus futuros artigos.
Lass uns gehen!
terça-feira, 14 de janeiro de 2014
Nietzschesource
Pessoal, o nietzschesource é um site mantido pela Association HyperNietzsche que apresenta versões digitais das edições críticas de Colli e Montinari dos trabalhos completos do Nietzsche. Também há reproduções em facsímile de manuscritos e outros textos para fins acadêmicos. Confiram!
http://www.nietzschesource.org/documentation/en/home.html
http://www.nietzschesource.org/documentation/en/home.html
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