quarta-feira, 9 de outubro de 2013

Tragédia: um tema aristotélico?

"A tragédia é a imitação de uma ação elevada e completa, dotada de
extensão, numa linguagem embelezada por formas diferentes em cada uma
de suas partes, que se serve da ação e não da narração e que, por meio da
compaixão e do temor, provoca a purificação de tais paixões".
(Aristóteles)

5 comentários:

  1. Pensando nessa relação da concepção trágica sob as perspectivas de Aristóteles e Nietzsche, escrevi certa vez um ensaio intitulado: "O ATOR TRÁGICO: uma crítica à concepção trágica de Aristóteles a partir de Nietzsche".
    Embora não seja possível partilhar aqui toda a minha reflexão, pela extensão do texto, deixo aqui um resumo para apreciações, críticas e colaborações.
    RESUMO
    Crítica à concepção trágica de Aristóteles a partir de Nietzsche especificamente quanto ao papel do ator na tragédia grega. Apresenta a finalidade da Tragédia apontada pelo Estagirita na sua "Poética", observando como o ator não aparece como artista trágico, ficando minado ao mero papel de imitador secundário. Segue fazendo um resgate da figura do ator, a partir da concepção trágica apresentada por Nietzsche, atribuindo-lhe uma função primeva como imitador de um "pathos" que é só possível ante uma concepção harmônica dos princípios artísticos gregos: o apolíneo e o dionisíaco.
    Por: Lucas Viana Silva (Especialista em Filosofia Ética e Política e em Estética).

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  2. Nesta breve passagem, Aristóteles nos informa que a tragédia é pois "imitação de uma ação". Ou seja, necessariamente ações de vida (felicidade, infelicidade, êxtase, prazer, dor, etc.).
    Estes sentimento entre parênteses residem na ação, e a própria finalidade da vida é uma ação como centraliza o capítulo VI da Poética.
    Professora Ellen, pelo que analisar, este fragmento muito bem relaciona-se com o questionamento pontuado em nosso primeiro encontro: Qual seria a importância da tragédia para a civilização grega? Uma civilização grega mencionada pela tradição moderna como uma civilização recheada de virtude, serenidade e inteligência?
    Nietzsche desconfia desta estabilidade da civilização grega, e o que o pensador alemão quer com o Nascimento da tragédia inicialmente é denunciar a canalhice (desculpe o termo) moderna de colocar os gregos a "sua imagem e semelhança"
    Professora, em poucas linhas é o que eu pude entender ao ler este breve fragmento da poética junto as considerações de nosso segundo encontro.
    Gostaria de correções a respeito, caso tenha interpretado este paralelo de forma errada.
    Bom domingo, e até quarta!
    Leonardo Sousa

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  3. Partindo do enunciado "Tragédia: um tema aristotélico?", lembro que durante a última reunião do grupo Ellen comentou bem sobre os estudos de Aristóteles a cerca da tragédia grega. Aristóteles foi pioneiro na investigação do problema da tragédia, dando a ela uma análise filosófica e tendo-a como espaço de transformação cultural, formulando a definição de sua essência própria.
    Porém, fazendo umas leituras e pesquisas sobre a relação Aristóteles-Nietzsche acerca da tragédia, pude compreender que Nietzsche entra em desacordo com Aristóteles pelo seu posicionamento de elogio e exaltação da tragédia grega, tanto que na sua critica Nietzsche parece poupar Platão que denigre a tragédia, mas denuncia fortemente Aristóteles que a elogia. Talvez esse seja o nosso próximo problema a ser investigado.

    Até logo, abraços a todos!
    Luana Ihringer

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  4. " A tragédia é a afirmação da vida"
    O justo meio de Aristóteles,nada em demasia... talvez esteja no equílibrio o erro ou acerto de Aristóteles na concepção de Nietzsche.
    para Nietzsche o Povo grego era marcado por uma grande sensibilidade ao sofrimento e ao mesmo tempo tinha grande talento artístico,por isso para tornar a vida mais intensa e alegre criaram a arte da aparência e da beleza-"A tragédia é a imitação de uma ação elevada e completa, dotada de extensão, numa linguagem embelezada por formas diferentes em cada uma de suas partes, que se serve da ação e não da narração e que, por meio da compaixão e do temor, provoca a purificação de tais paixões".- até esse momento Nietzsche poderia concordar mas no sentido apolíneo do grego(Harmonia.Ordem e Proporção),mas sabemos que para Nietzsche o grego começou a perceber que negar o sofrimento é negar a própria vida estando assim distante do que é ser e o que vive o ser humano,e que diante de uma ação arrasadora,como na tragédia grega Antígona,A relação do homem com o tempo,a morte as leis,vai ensinar o grego a conviver com a dor fortalecendo-o,posto que a Arte é uma mimeses dando ao ser grego a experiência do trágico sem que isso seja necessariamente real,estabelecendo aí o Filósofo Nietzsche para a pergunta "o que é a Tragédia ?",- É a afirmação da vida...
    concluindo, a função da Tragédia e trazer a alegria,felicidade enquanto ser vivo,portanto o homem precisa do infinto Conflito( se eu colocasse Guerra Ellen iria me matar rs) entre Apolo e Dionísio, entre o perfeito e o trágico,sonho e embriaguez.

    Ruy Abreu

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