quarta-feira, 9 de outubro de 2013

Tragédia: um tema aristotélico?

"A tragédia é a imitação de uma ação elevada e completa, dotada de
extensão, numa linguagem embelezada por formas diferentes em cada uma
de suas partes, que se serve da ação e não da narração e que, por meio da
compaixão e do temor, provoca a purificação de tais paixões".
(Aristóteles)

quinta-feira, 3 de outubro de 2013

Hino à vida: pathos trágico? Como estabelecer um plano de coincidência entre pathos e trágico?




Gebet an das Leben


Gewiß, so liebt ein Freund den Freund,

Wie ich Dich liebe, Rätselleben –
Ob ich in Dir gejauchzt, geweint,
Ob Du mir Glück, ob Schmerz gegeben.

Ich liebe Dich samt Deinem Harme;

Und wenn Du mich vernichten mußt,
Entreiße ich mich Deinem Arme
Wie Freund sich reißt von Freundesbrust.

Mit ganzer Kraft umfaß ich Dich!

Laß Deine Flammen mich entzünden,
Laß noch in Glut des Kampfes mich
Dein Rätsel tiefer nur ergründen.

Jahrtausende zu sein! zu denken!

Schließ mich in beide Arme ein:
Hast Du kein Glück mehr mir zu schenken
Wohlan – noch hast Du Deine Pein.



                                                                                     Nietzsche y Lou Andreas Salomé. Grau-Santos.

"Situa-se também neste período intermédio [Gaia Ciência]
o Hino à vida (para coro misto e orquestra), cuja partitura
apareceu há dois anos na editora E. W. Fritzsch, em Leipzig: sintoma talvez não insignificante para o meu estado de espírito nesse ano, em que o pathos afirmativo par excellence, por mim chamado o pathos trágico, me era inerente em sumo grau. 
Hão-de mais tarde cantá-lo em minha memória. – O texto, anote-se expressamente, porque a este respeito se divulgou um mal-entendido, não é da minha lavra: constitui a inspiração assombrosa de uma jovem russa, com quem então eu estava em relações de amizade, a menina Lou Von Salomé
Quem das últimas
palavras do poema souber inferir um sentido adivinhará porque é que o estimei e admirei: têm grandeza. A dor não aparece como objecção contra a vida: «se já não tens alegria alguma para me dar, bem! tens ainda a tua dor...» Talvez a minha música tenha também grandeza nesta passagem". 
(Nietzsche, Ecce Homo - grifei)